A MISSÃO DO MASHIACH



A MISSÃO DO MASHIACH

Além de características pessoais e uma personalidade compatível, o Mashiach deveria apresentar uma série de realizações. Ele deveria levar os judeus a uma compreensão mais profunda da Torah e posteriormente seu ensinamento cativaria as pessoas e outros povos fora de Israel. Por fim, deveria apresentar sinais e maravilhas, testificando que Ruach Hákodesh estaria nele. Embora os sinais não fossem prova suficiente de sua messianidade, estes lhe trariam a credibilidade necessária como profeta e Mashiach em seu tempo. Entre suas realizações estariam ainda, no futuro, nos “dias do Mashiach”, a introdução da paz na terra, a reconstrução da Beit HaMikdash e a unificação e traslado dos judeus para Eretz Israel. Analisemos juntos, nas palavras de nosso sábios e nas Escrituras que itens compõem  a missão messiânica e quais deles encontramos realizadas e por realizar-se em Yeshua.
O universo criado por D-us para sua glória, é animado por um movimento interior que se move para o Criador “Santo, Bendito seja Ele”, ou seja, o propósito da criação está situado no advento do Mashiach onde ocorrerá gradativamente o reinado absoluto de D-us e o verdadeiro resultado de sua Criação. Assim então haverá novo céu e nova terra como nos relatos dos profetas, e num estágio final para o complemento daquilo que nos foi revelado, descerá o Mishkan (Lugar de Manifestação da Glória) de D-us, para tal habitação com os homens. E aqueles que alcançarem o Olam Habah voltarão a ter o mesmo relacionamento do Divino e não existiam segredos entre D-us e o homem.


PORQUE O MASHIACH DEVERIA FAZER MILAGRES

            Rambam escreve: “...um homem vai surgir que será um desconhecido antes de revelar-se, e os sinais e maravilhas que vão aparecer pela sua mão são as provas da sua verdadeira genealogia” (Igueret Teimam). Os sinais teriam como objetivo atrair a atenção das pessoas e dar credibilidade ao Mashiach. A manifestação de sinais, sempre foi uma maneira encontrada por Hashem para atestar seus enviados. “Disse Moisés a D-us: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O D-us de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome¿ Que lhes direi¿ Disse D-us a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros (...) Respondeu Moisés: Mais eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O SENHOR a Moisés: Estende a mão e pega-lhe pela cauda, e ela se tornou em bordão; para que creiam que te apareceu o SENHOR, Deus de seus pais, o D-us de Abraão, o D-us de Isaque e o D-us de Jacó”. Ex 3:13; 4:5. Casos semelhantes aconteceram com os profetas Eliahu e Elisha, para que o povo judeu de sua época cresse em sua pregação.
           



 PROFECIAS CUMPRIDAS POR YESHUA COMO MASHIACH?

Na primeira fase da redenção messiânica, o papel do Ungido seria anunciar os desígnios de D-us àquela geração e divulgar a iminência do juízo divino, assim como todos os profetas, que anunciaram coisas de haviam de ocorrer, caso não se arrependessem e mudassem seus corações. Em Ml 3:1-4 encontramos o seguinte: “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos. Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda¿ E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavadeiros. Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao Senhor justas ofertas. Então, a oferta de Judá e  de Jerusalém será agradável ao SENHOR, como nos dias antigos e como nos primeiros anos”. Quando a escritura fala em “Meu Mensageiro” refere-se a um profeta antecessor de Mashiach, sobre quem estaria o espírito de Eliahu HaNavi, como está escrito; “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, ante que venha o grande e terrível Dia do SENHOR”ML4:5.  Cremos que no tempo de Yeshua, Yohanan HaMatvil, representou esta figura. E quando o texto fala: “ O Senhor que vós buscais fala de Mashiach como está escrito: Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minha palavras, e eles lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhes pedirei contas”. Dt 18:18-19. Yeshua, em seu tempo de peregrinação entre nós, cumpriu em si mesmo tais palavras, revelando a vontade divina para os homens de sua geração de justos que seriam seus shalichim e divulgariam sua mensagem a todo povo de Israel e em seguida a todos os homens da terra, que preparariam o caminho para o Seu retorno. Esta nova geração de emissários, teria agora sobre si o espírito de Eliahu HaNavi e abriria o caminho, divulgando aos homens o Reino de D-us. Por meio deste Espírito, o Ruach HaKodesh levariam os homens ao discernimento da verdade, da justiça e do juízo, como está escrito: “Então, Yeshua respondeu: De fato, Elias virá e retaurará todas as coisas (A nova geração de justos, pelo Mashich formada). Eu porém vos declaro que Elias já veio (Yohanam HaMatvil em seu tempo), enão o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles” Mt 17:11-12; Mt 11:14.

SUA MORTE ERA PARTE DE SUA MISSÃO

            O Talmud (Yomá 5ª) afirma: “Sem sangue, não há Yom Kipur”. Ler Hb. 9:22. Ainda no Talmud, no próprio Tratado Yomá 39 a,b, está descrito: “40 anos antes da destruição do Templo, ou seja, 30 E.C., a época do ministério e da morte de Yeshua, como acham, segundo Isaías 53:10-11: a lâmpada ocidental da Menorá no Templo não mantinha mais sua luz; as portas do templo abriam-se sozinhas; a sorte “LaShem” (“Para o Senhor”) não vinha mais na mão direita do Sumo Sacerdote; a fita escarlate, presa à entrada do Templo, que sempre ficava branca naturalmente, quando D-us perdoava os pecados de Israel, em Yom Kipur, não mais embranqueceu-se”. Pouco tempo depois o próprio D-us permitiria a destruição do Beit HaMikdash que nunca mais foi reerguido, evento esse previsto por Yeshua (Mt 24:1-2).
           
O QUE DIZEM NOSSOS SÁBIOS SOBRE A MORTE E RESSUREIÇÃO DE MASHIACH?

            Como vimos já vimos anteriormente, era necessário que Mashiach se ocultasse para desta forma servir como teste, e continuarmos estudando, nos preparando e acreditando em seu retorno. No verso 53:12 o Targum de Jerusalém diz: “Ele, Messias, intercederá pelo pecados do homem, e por amor a ele serão perdoados as revoltas” Midrash B’reshith Rabbah: “E quando Israel peca, o Messias busca misericórdia para eles, como está escrito: ‘Pelas Suas feridas fomos curados, e Ele levou os pecados de muitos e fez intercessão pelos transgressores”. O Rabino Yoden, em nome do rabino Kama, disse que, “no futuro, nos dias do Messias, o Santíssimo, bendito será Ele, fará o Messias assentar-se’ a sua mão direita, como é dito: ‘Disse o Adonay ao meu Adon: Assenta-se a minha mão direita’ Sl.110.


O MASHIACH COMO FILHO DE D-US

                        Na profecia Natan HaNavi, HaShem promete a Davi um descendente que se assentaria sobre seu trono e o Eterno o tomaria por Seu próprio filho (2Sm 7:13-14; 1Cr 22:10). Ainda nos Salmos encontramos: “A minha fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu poder. Porei a sua mão sobre o mar e a sua direita, sobre os rios. Ele me invocará, dizendo: Tu és o meu pai, meu D-us e a rocha da minha salvação. Fá-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra. Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e, firme com ele, a minha aliança. Farei durar para sempre a sua descendência; e, o seu trono, como os dias do céu. Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniqüidade. Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram. Uma vez jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi)”. Salmo 89:24-35. Sl 2:6-9.

FILHO DE D-US NÃO UM DEUS-HOMEM

            As próprias Escrituras testemunham a respeito do Mashiach o designado como filho de D-us. Contudo sua filiação divina em nada por ser confundida com divindades pagãs como Hércules, filho de Zeus , com uma mulher humana, com o bezerro de ouro egípcio, filho de uma vaca deificada com o grande deus sol (Rá) e que os israelitas adoraram no deserto, ou mesmo Semíramis, uma deusa pagã da antiguidade, cuja tradição é associada ao 25 de dezembro e que teve um filho com o mortal Ninrode, que gerou a Tamuz, deificado posteriormente.
            Tamuz também é chamado de Baal, esposo em hebraico, e sua mãe é a prefiguração de diversas divindades posteriores, como a Virgem maria santíssima, do Catolicismo, Janaina ou Yemanjá, do candomblé, entre outras divindades femininas nas mais diferentes religiões. Ele é o filho de D-us, mas não um semi-deus ou algo parecido.

O QUE DIZEM OS SÁBIOS SOBRE O MASHIACH SER CHAMADO FILHO DE D-US?

            Do Zohar, Shemot 8b, como explicou Zohar de Harakia, um livro sobre misticismo judaico está claro: “ o Mashiach terias estas qualidades: Ele levará uma vida normal no mundo; o espírito do Mashiach do Gan Éden (Jardim do Éden) celestial será concedida a ele, ele será escondido ascendendo aos céus e só então será revelado e recebido por Israel.”
O “Zohar” diz: “Este é o pastor fiel; de ti é dito”beija o filho”; tu és o Príncipe dos Israelitas, O Senhor da terra... o Filho do Altíssimo, o Filho do D-us Santo...e gracioso Shekinah.
”Filho de D-us é um termo amplamente utilizado pelos sábios do Talmud para designar o Mashiach. Para a literatura judaica o termo “Filho de D-us” está ligado à promessa feita a Davi, que seu descendente seria adotado por D-us como seu próprio filho prometendo-lhe a herança do mundo. O Talmud ainda vai dizer que o Mundo foi criado para o Mashiach.
            No livro dos salmos, encontramos: “Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de ferro os regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor. Beijai o filho para que não se irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.”(Sl2:7-12).

QUE NOS DIZ A BRIT CHADASHAH SOBRE O FILHO DE D-US?

            Sabemos que, infelizmente, os escritos da Brit Chadashah passaram longo tempo de sua história nas mãos do catolicismo, sofrendo todo tipo de influência. Contudo, acreditamos que D-us não permitiria que seus justos ficassem sem condições de ver a verdade e nem deixá-los à deriva de falsas doutrinas.
            Vejamos esse texto, por exemplo: “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de D-us. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; D-us, o Senhor, lhes dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” Lc 1:30-35. Sim, como a promessa de D-us a Davi aqui mostra claramente que Yeshua, embora filho natural de Davi, ele (o Mashiach) seria chamado o Filho do Altíssimo, titulo outorgado a ele por seu merecimento, como encontramos na palavra de Shaul HaShaliach: “com respeito a seu filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de D-us com poder, segundo o Espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor”Rm1:3:-4.
            Já neste texto vemos claramente qual é a condição de filho de D-us que o Mashiach tem para Shaul HaShaliach, bem distante do ser divinizado pregado pelo cristianismo atual.
            Para o apóstolo, Yeshua era o filho de D-us, mas filho natural de Davi. Quando Yeshua foi batizado por Yohanan uma voz do Céu, afirma o texto, lhe falou: “Batizado Jesus, saiu  logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de D-us descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em que me comprazo” Mt 3:16-17.
            Este texto é, ainda, citado por Keifah HaShaliach: “pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela glória excelsa lhe foi enviada a seguinte voz; Este é o meu filho amado, em quem me comprazo”(2Pe 1:17).
            Podemos perceber que para Keifah HaShaliach o título de filho foi outorgado a Yeshua. Ler ainda o que diz Mt. 17:2-5.




MASHIACH COMO FILHO DO HOMEM

            Para os sábios judeus e para as Escrituras, vemos que o Mashiach precisaria, necessariamente, descender de Davi, o que implica em uma descendência paterna para fins de dinastia. Contudo, para muitos, sua condição de Filho de D-us confronta com a idéia de uma descendência carnal davídica. Apesar disso, encontramos Shaul HaShaliach dizendo em sua carta aos chaverim da Kehilah de Roma: “com respeito a seu filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de D-us com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Yeshua HaMashiach, nosso Senhor” (Rm 1:3-4). Portanto, nosso propósito aqui será provar que a genealogia carnal de Yeshua, de nenhum modo compromete sua condição de Filho de D-us e muito menos sua messianidade. Pelo contrário, sendo Ele filho de Davi, é judaicamente ainda mais digno do título e Mashiach de Israel.


UMA PROMESSA

            Sabemos que a esperança messiânica passa, necessariamente, pela promessa de D-us a Davi “...para que o SENHOR confirme a palavra que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente, de todo o seu coração e de toda a sua alma, nunca faltará sucessor ao trono de Israel”.(1Rs 2:4). Nos escritos do Talmud encontramos o seguinte dito: “O caráter realizado de sua personalidade com certeza o eleva acima do grau comum, sem por isso dotá-lo de uma natureza diferente da nossa.”
            Já falamos no post anterior sobre a condição de sua filiação divina. Agora falaremos sobre sua filiação humana. Muitos contestam essa sua condição e muitos ainda afirmam que sua descendência davídica pode ser contestada, em virtude da maldição sofrida por Jeconias, rei amaldiçoado por D-us e citada como seu ancestral. “ Assim diz o Senhor: Escreverei que este homem está privado dos seus filhos, e é homem que não prosperará algum da sua geração, para se assentar no trono de Davi, reinar mais em Judá.” Ler Jr 22:24-30, vejamos o que podemos dizer em função disso.



 DA CONDIÇÃO DE JECONIAS APÓS TER SIDO AMALDIÇOADO.

            Segundo alguns autores sérios, em função de sua maldição, Jeconias, descendente de Davi pela linhagem de Salomão, morre sem deixar filho homem, ou seja, herdeiro ao trono. Sua filha, contudo, casa-se após a morte de seu pai, com um primo seu, da descendência, também de Davi, mas da linhagem de Natan, o outro filho de Davi. A maldição, portanto, se cumpriu. Porém a promessa a Davi não foi anulada, a linhagem real daquele momento em diante deveria vir da linhagem de Natan e não mais de Salomão. Por isso vemos uma aparentemente discrepância entre a genealogia de Yeshua citada em Mateus: “ Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel” Mt 1: 11-12 e a citada em Lucas: “Odá, filho de Joanã; Joana, filho de Resa; Resa, filho de Zorobabel, este de Salatiel, filho de Adi, Adi, filho de Cosa, este, de Elmadã, filho de Er” Lc 3:27-28 essa discrepância se resolve com o personagem “Néri”.
            Néri era o descendente de Natam com quem a filha de Jeconias se casou, deste modo, dando continuidade a dinastia Davídica, mas cumprindo a maldição dada por D-us a Jeconias. Por isso encontramos diferença entre a ancestralidade de Yeshua em relação a Salomão ou a Natan: “Eliaquim, filho de Meleá, Meleá, filho de Mená, Mena, filho de Matatá, este filho de Natan, filho de Davi; Davi filho de Jessé, Jessé filho de Obede; e Obede, filho de Boaz, este, filho de Sala, filho de Naassom” Lc3:31-32. “Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias; Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa” Mt 1:5-7.
            Logo, podemos entender que a ascendência messiânica de Yeshua, seja por Salomão ou por Natan, neste ponto não pode ser contestada.


O QUE DIZEM OS SÁBIOS EM RELAÇÃO A ESTE CASO

O Midrash Rabah nos diz: “Ele então colocou Jeconias, o filho de Lehoiakim, no trono de seu pai, mas quando ele voltou à Babilônia, o seu povo o reprovou por seu ato de loucura em ter entregue o trono ao filho de um inimigo tão inveterado e que era um pecador tão notório. Nabucodonosor, então, retornou a Jerusalém e exigiu a entrega de Jeconias, exigência a que o povo obedeceu. Antes dele ser entregue a Nabucodonosor, ele foi ao topo de sua casa, com as chaves do Templo e as atirou para baixo, dizendo que ele as entregava a Hashem, que indicaria um homem mais digno para delas cuidar. Ele foi levado a Babilônia e, pela influência de Shealtiel e de Semiramis, a esposa de Nabucodonosor, ele foi tratado com menos vigor e lhes foram mesmo conferidos alguns privilégios. Seu filho Zerubavel nasceu na Babilônia, e o reino foi restaurado a este bom homem. Jeconias morreu penitente e em paz com seu criador”.
            No livro de Jeremias 24:1-7. Vemos um texto que, aparentemente, suspende a maldição posta sobre Jeconias.
            O tratado Talmúdico de sanhedrin 37b e 38ª, lemos: “ disse rabi Yohanan (João); o exílio espia todas as coisas, porque disse o escrito: “assim disse o Eterno: escrevam o que sucederá a este homem (Jenonias) privado de descendência, homem a quem nada de próspero sucederá em todos os dias de sua vida; porque ninguém de sua descendência se sentará no trono de Davi, nem reinar sobre Judá (Jeremias 22:30) e depois do exílio(do rei) se diz: “e os filhos de Jeconias: Asir, Salatiel (...) Chamaram-no Salatiel porque D-us pediu (Shaa-el) a suspensão do juramento” Não seria a  primeira vez que D-us suspenderia uma palavra sua, em função de sua misericórdia. Vejamos: “Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o SENHOR, o D-us de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas, eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo” 2 Rs 20:5-6.
            Vemos, portanto, que também em sua ascendência humana, cujo dinastia davídica é incontestável, Yeshua continua tendo sua messianidade atestada, em detrimento de tudo que pessoas desinformas tenham a dizer contra isso.




O MASHIACH, UMA LUZ PARA AS NAÇÕES


            No evangelho de Yohanan lemos: “O Logos(a Palavra) estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.”(Jô 1:10). Aqui entendemos se tratar da Palavra Divina (Torah) e a negação do mundo em aceitá-la.  O objetivo final do Mashiach será trazer o conhecimento da Palavra Divina, e fazer com que toda humanidade se corrija de suas más atitudes. A devoção das nações só será alcançada pelo conhecimento, como está escrito: “O ignorante não pode ser verdadeiramente devoto” Pirkêt Avot 2:5.
            Embora não saibam, as nações aguardam ansiosamente a chegada de seu ensinamento. “Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.” (Is 42:4).
            A condição atual das nações é de ignorância e escuridão para as suas mentes. “Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti. As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu”(Is 60:1-3).
            Chegará o momento em que todo homem recitará: Shemá Israel Adonay Eloheinu Adonay Echad e em uma só voz o planeta pronunciará a unicidade divina. Todos os povos invocarão o Deus de Israel, com a vinda de Mashiach, todas as impurezas da terra desaparecerão, as nações não terão mais seus deuses e nem terão mais memória deles.
            O mundo se aperfeiçoará, pois todos os moradores da terra serão educados e se submeterão ao jugo divino; sendo assim, o mundo voltará a ser aquilo que D-us criara, um lar para si próprio e a mais especial de suas criaturas: o homem.
            O que vemos e conhecemos hoje é o resultado do pecado de Adam, mas quando todos os homens estiverem dispostos a fazerem a vontade de D-us, então tudo voltará a ser o que era e novamente ouviremos a voz de D-us dizendo: “Eis que tudo é MUITO BOM”.

QUE DIZEM NOSSOS SÁBIOS QUANTO A CAPACIDADE DE MASHIACH EM MUDAR O MUNDO QUE VIVEMOS?

            Rambam afirma: “Mashiach será mais espiritual que qualquer outro profeta, com exceção de Mosheh”. Entretanto, no Midrash Tanchumá encontramos: “Mashiach vai ultrapassar inclusive Mosheh”. Há, contudo, alguns que adotam uma posição diferente e afirmam que Mashiach vai exceder Mosheh apenas em liderança – porque o redentor vai ocupar o trono de D-us – mas não em profecia, porque toda sua profecia é baseada em Mosheh, como está escrito: “Um profeta SEMELHANTE a mim e a ele ouvirás”. Por outro lado, o Zohar declara que o próprio Mosheh pode ser considerado como um Mashiach, pois que era ungido por D-us. No entanto, todos concordam em uma coisa: Mashiach seria mais sábio que Shlomo HaMelech. Além do mais, Mashiach vai ter a capacidade de matar só com a palavra (2 Ts 2:7-8).
            Como observa Rambam em “Igueret Teiman” “com o alento dos seus lábios ele vai matar os maus” (Ishaiáhu 11:4), aplicando isto ao Mashiach. Rambam também escreve: “Este rei (Mashiach) será grande, ele vai reinar em Sion, seu nome será grande, e sua lembrança vai ser guardada pelas nações mais do que a de Shlomó HaMelech. Todas as nações farão a paz com ele, e todos os países vão servi-lo... e qualquer um que se levante contra ele, D’us vai destruí-lo... e entregá-lo... nas suas mãos.” (“Perek Chelek”) Kolel.
            Na carta da Revelação de Yeshua a Yohanan encontramos: “Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor¿ Pois só Tu és Santo. Por isso, todas as virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos”. Ap 15:4. Ler Sl 72:7-11; Zc 9:9-10. Rambam ainda, diz: “A única ocupação de todo o mundo será conhecer o Eterno, como diz o versículo: “A terra se preencherá com o conhecimento Divino, assim como as águas cobrem o leito do oceano.” Is 11:9; Hc 2:14.


QUAL SERÁ A CONSEQUÊNCIA DO GOVERNO DE MASHIACH SOBRE A TERRA?

            Quando Mashiach vier, ensinam nossos sábios, haverá paz universal. “...para que se aumente seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Is 9:7). Isto significa, porém, que também precisará haver justiça universal. Pois o fundamento da primeira paz é a verdadeira justiça: “Mashiach possuirá este senso interno. Daí  porque Isaías profetiza que Mashiach “sentirá o cheiro do temor de Hashem, e não julgará segundo a visão de seus olhos e o que os seus ouvidos escutarem”, diz isto traduzindo de melhor forma de texto de Is 11:3.
            Explica o Talmud que isto significa que Mashiach “cheirará e julgará”, reconhecendo a parte culpada pelo seu odor.
Para os sábios isto significa que o Mashiach terá um sentido apurado para intermediar questões cuja situação exija algo mais do que provas e testemunhos para determinar o culpado e o inocente. (1Rs 3:16-28).
            Mashiach exemplifica este paradoxo: de imediato, o homem mais dotado de conhecimentos, o mais poderoso dentre todos eles, ele também será o mais humilde, o que mais se doará, o que melhor compreensão terá, e o menos voltado para o seu próprio eu ele será. Mashiach será o governante e o Juiz ideal, exatamente porque não tem interesse disfarçados, nenhuma outra identidade a não ser aquela pela qual dela D’us o escolheu – trazer a redenção. Finalmente isto significará o fim da injustiça e da impunidade na terra e ai instauração de um mundo alicerçado na retidão e no caráter.
            Por fim, a justiça e a conseqüente paz que Mashiach trará sobre a terra, gerará uma nova sociedade, onde a igualdade reinará; tudo o que é ruim; a falsa religião, a guerra, a mortandade, a criminalidade, acabarão e enfim as nações se corrigirão de seus atos.
           

QUAIS FORAM AS CONSEQUÊNCIAS PARA O MUNDO MODERNO COM OS ENSINAMENTOS DO MESTRE YESHUA?
           
Nenhuma outra forma de sociedade estabeleceu uma legislação tão baseada no direito e na hierarquia eficiente e justa quanto os judeus.
            De alguma forma, todas as demais sociedades atuais, tem seu critério de justiça, com suas bases nos conceitos judaico-cristãos de moral.
            A Torah é o mais antigo código moral ainda creditado, contudo, ainda que de maneira estranha e conflituosa, sejam as palavras de Yeshua, ainda que representada por uma forma de cristianismo um tanto distorcido, que tornou a Torah conhecida e reverenciada entre as nações da atualidade.
            Por maiores que sejam as atrocidades cometidas pelo cristianismo, deve-se admitir que o mundo de hoje é, de longe mais habitável do que o de dois mil anos atrás.

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