Estudos sobre o Mashiach


A ORIGEM DA ESPERANÇA MESSIÂNICA

A esperança messiânica faz parte do ideal coletivo desde que a humanidade se vê impotente diante da sua problemática social e espera na figura de seus governantes a resolução para tal. No imaginário judaico o messias e idealizado enquanto uma figura inicialmente nacionalista que levaria o povo de Jacó a ter paz e descanso de seus inimigos e, por fim, a harmonização do mundo apartir do líder que centralizaria da terra de Israel o governo do mundo,quebrando  a cerviz das nações mediante a aplicação da Torá como modelo de legislação universal. Isto levaria o mundo  a restauração de sua condição edênica , com o homem( no caso , o Mashiach) no centro de uma condição de gerenciamento do mundo, com D-us agindo a partir dele  para a consolidação de uma morada para sua santidade entre os homens.

UMA REVELAÇÃO GRADUAL

Essa idéia não foi totalmente compreendida de pronto, mas formulada através de século de análise bíblica elucidação profética que tornou o plano divino claro ao povo de Israel, que hoje, compreende uniformente a questão messiânica.
Postularemos alguns textos extraídos inicialmente das escrituras que nos dão um  panorama da origem de toda essa temática que hoje  e parte  dos treze princípios fundamentais da fé judaica: Ani Maamim, V´Emunah Shelemah, BeViate HaMashiach... eu creio com fé completa na vinda do Mashiach. E ainda que ele tardar ( aparentemente),contudo esperá-lo-ei ( como se fosse chegar) a cada dia.
O próprio Rambam ( Rabi Moshe bem Maimom) autor desde texto ainda nos ensina : “ quem crer em Mashiach e crer na Torah são a mesma coisa ” e também : “ aquele que nega  a realidade de Mashiach nega não só os profetas, mas  também a Toráh’’.
A humanidade anseia por uma libertação que, definitivamente, resolva a problemática social do mundo, embora não conheça o Mashiach.
Isto se expressa na figura de seus governantes que, quase sempre chega ao poder prometendo todo tipo de resolução para melhoria da vida na terra, mas que, uma vez no poder, usam da inocência do povo para seus próprios fins.
Quão mais próximo da realidade popular estiver o governante, mais amado e reverenciado por seu povo ele será. Bem por isso o populismo político, quase sempre prevalece sobre a razão.
Os gentios não consideram necessário um líder que os governem, com leis e condições, corrigindo-os em sua conduta. Procuram tão somente alguém que resolvam os seus problemas sem interferir em seus hábitos morais e comportamentais.
SL 2:1; Quando Israel pediu um Rei conforme as nações tinham. Deus apresentou-lhes um modelo das nações: “Então, os anciãos todos de Israel se congregavam, e vieram a Samuel, a Rama, e lhes disseram: Vê, já estas velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui –nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como tem todas as nações.” 1Sm:8:5;1Sm;8:10-19.
Os líderes mais populista, e que fizeram a “vontade do povo” foram justamente os que trouxeram maiores problemas ao próprio povo, conforme Êxodo 32:21-25; 1Sm: 15:9-24; SL 22: 27.
O anseio da humanidade é traduzido nos atos desses lideres.


VISLUMBRANDO UM FUTURO, ESPERANDO POR UM MASHIACH!


Ao lermos atentamente a benção proferida por Yakov ao seu filho Judá (Gn 49:8-12), observamos os seguintes aspectos:
Judá, teus irmãos te louvarão; (será honrado por todos os judeus) a tua mão estará sobre as cerviz de todos os seus inimigos (Dará descanso a Israel de todas as suas perseguições); os filhos de teu pai se inclinarão a ti (por fim os judeus se submeterão ao seu governo mundial).
Judá é leãozinho. Da presa subsisti, filho meu. Em curva-se e deita como leão; quem o despertará¿ (Os povos a ele temerão e não ousarão se voltar contra ele).
O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, ate que venha Silo (Enviado);
A ele obedecerão os povos (Será descendente físico de Judá e os povos se submeterão a ele).
Ele amarará seu jumentinho avide e ao filho da jumenta, a videira mais excelente (contara com apoio de seu povo e os melhores dentre eles são os seus co-governates); Lavara suas vestes no vinho e a sua capa, em sangue de uvas (destruíra os inimigos e o sangue dele estará neles)
E os seus olhos serão cintilantes de vinho( a guerra estará em seu projeto) e os dentes brancos de leite (a paz será o objetivo maior de sua guerra. Ele não terá prazer na morte de seus inimigos).
Yakov recebeu de D-us  a revelação de toda a história  judaica   desde seu tempo redenção final com o    advento e a supremacia dos dias do Mashiach.
Para ele, assim como para todo o povo de Israel, o Mashiach é um símbolo da paz mundial, contando com a colaboração de todo mundo no intuito de acabar com toda a violência e a injustiça. O povo de Israel, diferente dos outros povos, crê que este governante terá como principal tarefa corrigir as atitudes humanas elevar Israel e, por fim, todos os restantes da humanidade, a uma mudança de atitude para que assim, ela mesma, chegue efetivamente a ser o que D-us projetou para ela no inicio de sua criação
Sl:22:27; Sl 51:13 e Is:2:4; Mq:4:3.

AS DUAS VINDAS MESSIÂNICAS

Para muitos é difícil entender a relação entre Yeshua e a figura messiânica por,  na época, não ter cumprindo a totalidade das profecias relacionadas a Mashiach na Torah, e nos demais textos proféticos. Contudo, precisamos entender ue, mesmo para o judaísmo, a redenção messiânica se daria em duas fases distintas.
Nossos sábios rabinos talmudistas e mesmo posteriores a eles, incluindo Rambam, Rashi, e muitos outros, falam em “Dois Mashichim” . Cada um deles cumpriria uma parte da missão. Mashiach Bem Yossef e Mashiach Bem Davi.
Pretendemos mostrar que ambas as representações, se completam, na verdade, em uma só pessoa.
 
NÃO DE UMA SÒ VEZ

Crer em uma vida dupla do Mashiach na verdade e uma crença judaica com qual concordam nossos sábios. Vejamos os relados a seguir: '' nas obras do famoso místico da Torah , Rabino Yitschak Luria ( mais conhecido como Ari Hacodesh), esta escrito que, antes de Mashiach se revelar completamente, ele estará oculto de semelhante á de Moshe quando ele subiu ao monte sínai para receber a Torah. O povo se iludiu ao pensar que ele avia morrido, mas na verdade ele estava vivo, e mais tarde ele desceu e nos deu a Torah''. Sobre o ocultamento de Mashiach é dito: '' depois de Mashiach se revelar , completamente, todos os judeus o reconhecerão e se reunirão a sua volta ''. Alem disso, Rashi escreve no final do livro de Daniel sobre as palavras '' feliz aquele que espera '', que '' nosso Mashiach esta destinado a se ocultar depois da sua revelação, voltará para ser revelado''. Em Daniel 2, a respeito da visão da estatua de Nabucodonosor , vemos que uma pedra e cortada do cume de uma montanha, sem a ação humana e lançada aos pés da estatua e destruindo-a Daniel 2;31-45. Sabemos que isso e uma clara referencia á instituição da era messiânica e a destruição dos governos do mundo (Salmos 110; Daniel 7;27; Isaias 2;2-3; Miquéias 4;1-2),e que sua época se refere aos tempos atuais, posteriores ao império romano e sua divisão e desfacelamento . Logo, por meio disso, podemos crer que a restauração do Malchut Hashamaim se dará neste período em que vivemos (queira Hashem abreviá-lo) Contudo, em Daniel 8, o mesmo profeta, veremos que o Mashiach seria morto 466 anos e meio após a reconstrução do segundo templo, e antes da destruição Daniel 8;24-27; Esdras 1;1-11, ou seja, durante o período em que Israel estava ainda sobe o domínio de Roma. Como equacionar esta aparente contradição? Concluímos se tratar de uma manifestação messiânica ocorrida em duas fases. Uma com sua morte na condição de servo sofredor (Mashiach ben Yossef) onde seria comparado ao cordeiro Salmos 2, Isaias 53. Após sua morte, sentando-se a direita de Deus até o tempo determinado para a instauração do reino; Daniel 7;13-14; Salmo 110. Nas palavras do rabino Yoden, sábio talmudista, que infelizmente, ao que se sabe não creu em Yeshua, Encontramos: '' no futuro nos dias do Mashiach, o santíssimo, bendito seja ele, fará o Mashiach assentar-se a sua mão direita, como e dito: disse Adonai ao meu ´Adon: assenta-se a minha mão direita Salmo 110;1 ''. No zohar, shemot 8b, livro místico judaico encontramos escritos tais palavras: '' Ele levara uma vida normal no mundo (primeira vinda); o espírito de Mashiach no Gan Eden celestial será concedida a ele (o espírito de Deus estaria nele), ele será escondido ascendendo aos céus (sua ascensão) e só então será revelado e recebido por Israel (seu retorno)''. Vemos portanto, que mesmo as linhas mais místicas ou as mais racionalistas do judaísmo, e que negam Yeshua como Mashiach, confessam a dupla manifestação messiânica , inclusive crendo em sua ascensão aos céus.




A MANIFESTAÇÃO MESSIÃNICA EM DUAS FASES

Nossos sábios explicam o tratado de sanhedrin  98a uma parente contradição nos textos de Dn 7:13 (Elevado nas nuvens dos céus) e Zc 9:9 (Homem pobre montado num jumento), eles resolvem neste caso, afirmando que se Israel for merecedor e tiver méritos ele virá nas nuvens, caso contrário, apareceria como um homem de dores, experimentado nos trabalhos (Is 53) e montado nun jumentinho.
Nessa situação, podemos dizer que a geração que recepcionou a Yeshua em sua primeira manifestação, se enquadrava, no primeiro caso. Isso devido, entre outras coisas, a sua corrupção com o império romano, sendo apenas uma pequena parte merecedora de enxergá-lo (Is 29:10-19).
Uma das provas do não merecimento daquela geração foi a destruição do segundo templo. O tratado Yomah 9b do talmud Bavili nos diz: “Não foi a supremacia militar que ocasionou a destruição do segundo templo mas sim o ódio gratuito e a Lashom Hará”, pecados estes, considerados pelos sábios como piores que a idolatria, perversão sexual e derramamento de sangue inocente.
Outro motivo e o mais importante deles é que antes de tomar os reinos do mundo o próprio mundo deveria ser preparado para isso.
No Olam Habá o mundo terá de ser preparado para uma mudança total de valores, e portanto, antecedido pelas notícias da mídia (Mishurah) e ainda um período de adaptação posterior, neste caso figurado nos dias do Mashiach.
D-us não gostaria que apenas aquela parte de Israel fosse alvo de sua redenção, mas ele intencionava que todos os homens tivessem a oportunidade de conhece-lo de alguma forma e , quem sabe, aceitar o seu jugo. Por isso idealizou um reino messiânico que se estenderia de mar a mar, alcançando os dispersos de Israel e ainda muitos gentios que a ele se a chegariam. (Is40:5; Is 11:9;  Sl 72:7-8; Zc 9:10: Sf 3:9; Ez 37:23; Is 60:21; 56) O conhecido Rebe Lubavitch, que alguns judeus consideram Mashiach, antes de falecer disse: “A muito a ser feito no norte da África, os judeus do Marrocos precisam de professores e orientadores e é nossa missão disseminar o conhecimento da Tora entre eles”.
Com essas palavras, o Rabi Yitzhak Scheenerson iniciou uma campanha de envio de Shilichim judeus - rabinos e professores – a outros países. “Uma revolução espiritual se iniciava: o judaísmo estava para ser espalhado para os quatro cantos do mundo”.
Isto nos lembra algo¿ Yeshua antes de subir aos céus, enviou seus Shalichim (Emissários-Apóstolos) para preparar o mundo para a chegada do reino como vemos em At 1: 6-8.

O MASHIACH COMO SERVO SOFREDOR

            Nos últimos temos, alguns tem contestado a idéia de um messias sofredor, que tivesse de padecer como parte de sua missão na redenção.
            A Quem atribua o texto de Ishtaiahu 53, ao povo de Israel, e devido
Ao fato desse textto ser amplamente utilizado por religiosos para evocar um martírio do messias, muitos tem tentado afirmar que o mesmo nunca se referiu ao messias, que deve, segundo eles, ser visto como herói vitorioso e redentor e não como um cordeiro sofredor.
            Diferentemente do que se tem dito, o próprio judaísmo sempre utilizou Isaias 53 como uma referencia messiânica.
Os textos que se seguirão são extraídos de fontes judaicas oficiais, como talmud, Zohar, Mishnêh Torahe comentários dos rabinos mais confiáveis do cenário judaico. Detalhe: Nenhum dos rabinos aqui citados, ao que se saiba, cria em Yehua como messias.

OS RABINOS E O MASHIACH SOFREDOR

Isaias descreve: “Um homem de dores e muito acostumado com a doença”. Muitos comentarista judeus, tais como Ramban e Abarbanel, explicam isso com sendo uma referencia a Mashiach. Ramban (Rabi Moshê bem Nachaman) também explica: “A dor de Mashiach resultará em nos corrigirmos, pois, devido ao mérito dele, D-us nos perdoará e seremos curados de nossas transgressões “.
O Maharal de Praga, o grande líder filósofo, autoridade legal e místico que viveu no século XVI da era comum, discutiu a natureza e as razões da dor que Mashiach teria que suportar.
Alshich, um cabalista do século XVI, explica: “Mashiach aceita seu sofrimento de bom grado, com amor pelo povo judeu e toda a humanidade, e que quando finalmente Mashiach se revelar nós nos daremos conta de que ele escolheu sofrer. Compreenderemos então quantos esforços ele investiu suportando o sofrimento da geração. (...), como diz o Talmud: Assim como os sacrifícios obtêm expiação, assim também a morte dos judeus pode vir a ser expiação”.

TEMOS PROVAS NAS ESCRITURAS E NAS PALAVRAS DOS SÁBIOS QUE O MASHIACH HAVERIA DE SOFRER

Embora alguns contestam sua aplicação, o texto de Is 53, apresenta a figura messiânica como sofredora. O Rabi Shneor Zalman, o fundador do Chassidismo Chabad, na verdade, detalha a natureza e os sintomas das aflições de que Mashiach sofrerá.
O Chafets Chaim , em seu trabalho sobre ansear por Mashiach, discute o conceito das “dores de parto de Mashiach”. De fato, esta idéia, comparar o tempo de Mashiach à dor e ao tormento de dar a luz, é encontrada em todas as discussões filosóficas e místicas sobre Mashiach ao longo dos séculos. Com toda a certeza, se a geração na qual Mashiach vier, infelizmente, irá conhecer muita dor e sofrimento, então o próprio Mashiach dela partilhará – na verdade, assumirá a porção maior -  das aflições e da dor.
O Salmo 22, inclusive recitado por Yeshua, durante seu martírio, retrata o sofrimento e angustia do rei Davi e prefigura, para muitos dos sábios uma alusão clara ao sofrimento messiânico.
O Talmud Bavili discute a citação de Zc 12:9-12 e diz: Por quem pranteiam eles¿ E responde: “Pelo Messias Bem Yossef que será morto”. (Sukah 52a).
Os próprios rabinos concordam que o padecer do Mashiach e parte do processo de redenção de Israel.
O Midrash VaYkrah rabah ainda fala de um conceito chamado de “kaparat HaDor”, citado incluse pelo Rabino Menachem M. Diezendruck, Z”L, comentarista da “Torah, a Lei de Moisés” (Editora Sefer), no que se refere ao capitulo 10 de VayKrah, que narra a morte dos filhos de aharon: “A morte dos justos serve de expiação pelos erros e falta dos pecarores, e leva-os ao bom caminho. Esta é a razão porque no dia de Yom Kipur, se lê o texto da Torah que mencionou a morte dos filhos de Aharon”, comenta ele. Torah Pg. 312-313.

PORQUE O MESSIAS TERIA DE SOFRER

Encontramos nun comentário rabínico o mesmo questionamento: “Por quê¿”- pergunta ele – “ Por que precisa Mashiach, a pessoa que trará a Redenção ao mundo, suportar a aflição e a dor¿ Podemos entender que haja um período de dúvida – talvez, rejeição por parte de alguns, falta de vontade de aceitar o que a Torah diz ou ainda não estarmos educados nos conceitos de Mashiach e Redenção, de afastar a grande escuridão, começa com uma pequena luz.” (fonte:www.adimatai.org).
Isto significa que para o judaísmo, o sofrimento de Mashiach está ligado ao amor dele pela geração que o receber. Ele partilhará do sofrimento dela e, de algum modo, tomará sobre si suas dores.
O texto acima ainda chega sugerir que uma parte da geração de Mashiach não o aceitaria. Isto pelo fato, segundo ele, dela não estar espiritualmente preparada para isso.
Nas palavras do autor do livro dos Atos encontramos: At 13:27; 26:22-29. Verificamos aqui uma grande semelhança com a história de Yeshua. Tanto no que se refere a rejeição de parte do seu povo, quanto ao partilhar das suas dores e aflições.
Nas palavras do sumo sacerdote Caifás encontramos: Jô 11: 49-53. No Talmud ainda podemos observar: “...o movimento em direção à redenção é comparado ao surgimento da aurora. Haverá um período de confusão e de tumulto: as pessoas duvidarão de Mashiach questionarão suas qualificações, e até mesmo o perseguirão – devido à incerteza e ao caos daqueles tempos. Mashiach aparecerá até mesmo com um pobre, humilde, montado em um jumento, como diz o profeta”. Lc 11:29-33; Jô 7:5-18; 12:35-40; Rm 10:16-20; Is 53:1-4.
A redenção começa como uma pequena luz que ilumina muita escuridão. Uma pequena parte veio a crer nele a principio, poucos anos depois milhares de Judeus vieram a crer. (At 2:39-41; 6:7; 21:20)
Ele aceitou o sofrimento assim como Mosheh, que preferiu ter seu nome riscado do Livro de D-us, a ver o povo perecer, no deserto. Mosheh não entrou na terra, mas o povo de Israel foi salvo (Ex 32:32-34). Assim também Yossef do Egito sofreu pela salvação de sua geração.
Rabi Pinechas nos diz: “No Tempo da Vinda do Mashiach, todos os sacrifícios serão anulados, exceto os de gratidão” (Jr 31:11) Fazendo menção a seu martírio redentor.
Numa oração de um antigo Machzor de Yom Kipur encontramos a seguinte prece “...Nosso messias justo tornou a sua face de nós: horror se apoderou de nós e vimos para justificar-nos. Ele carregou o jugo de nossas iniquidades e nossas transgressões e é ferido por causa das nossas iniquidades e nossas transgressões. Ele carrega os nossos pecados nos seus ombros, para que ele possa achar perdão às nossas iniqüidades. Nós seremos remidos em seus ferimentos no tempo em que o Eterno o fazer nova criatura e o trouxer do circulo da terra para reunir-nos uma segunda vez”. (Truejewschool.com).

MASHIACH COMO PRÍNCIPE GOVERNADOR

Na segunda faze da sua missão, agora não mais como Mashiach bem Yossef e sim como bem Davi, o Cordeiro não mais será manso e passivo, antes sim, será comparado ao leão que desperta para sua caçada. O “Servo Sofredor” desaparece do cenário e o “Príncipe Dominador” surge para o governo do mundo e a correção das nações.
Ele reinará com mãos de ferro e quebrará o jugo das nações. Elas se submeterão forçosamente e serão subjugadas no intuito da formação de uma nova sociedade. Suas armas serão transformadas em arados e guerreiros em lavradores. Os falsos profetas serão descridos para sempre, e o espírito do engano será tirado das nações. O povo de Israel habitará seguro em sua terra, e finalmente, agora na figura de governador, Yossef se dará a conhecer seus irmãos, e os perdoará. Eles chorarão ao reconhecê-lo e haverá paz na terra.

UM REINO DE PAZ

Após ser vendido por seus irmãos, feito de vítimas nas mãos de gentios, ser vendido como escravo, invejado pelos que o rodeavam, revelado o sonho de homens e desvendando seus destinos, era hora de Yossef tomar o seu lugar.
Todo aquele processo não passava de um aperfeiçoamento de sua condição até que estivesse pronto revelar-se totalmente em sua essência. Agora, com um novo nome: Tzafenat Paneah (Salvador de Toda a Terra), promoveu mantimentos aos povos, e trouxe as nações para junto de si. Todas vinham a ele buscar o que precisavam: Ramam também escreve: “Este rei (Mashiach) será grande, ele vai reinar em Sion, seu nome será grande, e sua lembrança será guardade pelas nações mais do que Shlomó HaMelech. Todas as nações farão a paz com ele, e todos os países vão servi-lo...e qualquer um que se levante contra ele, D-us vai destruí-lo... e entregá-lo... em suas mãos.” (Perek Chelek) Kolel.

A QUE SERÁ COMPARADO O REINO DO MASHIACH

Em sua próxima vinda o Mashiach virá pra governar toda a Terra, mas foi necessário que primeiro viesse preparar nosso povo para redenção final. Durante esse período o Mashiach passou por uma metamorfose.
Seu martírio e morte, representou sua fase de crisálida e seu ressurgimento, o desabrochar da borboleta. Mas antes do seu primeiro vôo a borboleta se aquieta e , parada, aguarda sua hora chegar. Este momento de quietude é o momento atual. Em seu vôo inaugural, sob sua nova condição, Mashiach manifestará toda a sua beleza, e no ato se mostrará a todo o olho vivente.
Num antigo comentário rabínico encontramos: “Quando o rei Mashiach chegar ele vai subir no telhado do Templo e anunciar a Israel o seguinte: ‘A hora de sua redenção chegou! E se vocês não acreditam, olhem minha luz que brilha sobre vocês.’ Nesse momento o Santo Bendito seja Ele, vai fazer resplandecer a luz do rei Mashiach e de Israel, e todos irão em direção a está luz... e virão lamber o pó sob seus pés... e todos virão e cairão sobre suas faces diante de Mashiach e diante de Israel e dirão, “Nós seremos escravos para você e para Israel.” (Yalkut Shimoni, Ieshaiáhu 49:9). Fl 2:7-11.
O reino de Mashiach será comparado ao de Davi, pois: a) esmagará a cabeça de seus inimigos (Nm 24:17-18; Ob 1:21; 2Sm 8:2) b) reunirá as tribos de Israel (2Sm 5:1-5) c) restaurará a adoração de D-us na terra (1Cr 22:19; 23:32).
O reinado Messiânico será também comparado ao reino de Shlomo porque; d) Será um reino de paz (1Rs 4:24-25; 1Cr 22:9) e) Os povos virão a ele buscar sua sabedoria (1Rs 4:29-32; 10:24), f) Será um reino rico e próspero, como nunca houve (1Rs 3:11-14; 10:23,24), g) ele constituirá uma morada para D-us na terra (1Cr 28:6).
O reino de Mashiach será ainda comparado ao governo de Yossef porque: h) Todos os povos se prostrarão diante dele (Gn 41:43-45), i) Seu nome estará sobre todo o nome debaixo do céu (Gn41:41), j) Só D-us será maior que ele, nesse governo (Gn41:40), k) Os povos virão a ele ou terão fome (Gn41:56-57), l) Fará as pazes com o seu povo e os levará ao arrependimento (Gn 45:1-5), m) Ele dará a terra aos judeus e eles habitarão em segurança (Gn 45:10-11), n) ele conquistará toda a terra para D-us e reinará em nome de D-us (Gn 47:20).
Todas estas comparações se contemplam na pessoa e na missão que observamos cumprida ou por cumprir em Yeshua: a) Esmagará a cabeça de seus inimigos (Sl 110; 1Co 15:25), b) reunirá as tribos de Israel (Mt 19:28; Lc 22:30; Ap7:4; 14:1-5), c) Restaurará a adoração de D-us na terra (Is16:5, “Reino” At 15:16 “voltarei”), d) Seu reino será de paz(Is 2:4; Mq 4:3; Sl37;11; Ap 22:5), e) Os povos virão a ele aprender de sua sabedoria (Is 2:3; Mq 4:2; Zc 8:20-23; Ap 21:24) f) Será um reino de riquezas (Is 64:4; Zc 14:14; 1Co 2:9), g) Constituirá uma habitação de D-us na terra (Jô 2:19-21; At 17:24; 1 Co 3:17; Ap 21:1-3) h) Todos confessarão o seu poder (Is 45:23; Rm 14:11; Fl. 2:11) i) Um nome sobre todo o nome (At 4:12; Fl 2:9); j) Só D-us estará acima dele (1Co. 15:27, 28), k)Os povos virão a ele por causa da fome (Zc 14:16; Ap. 21:24), l) Fará as pazes com seu povo (Sl 110:3), m) Israel habitando seguro (Jr 23:5-8), n) A terra pertencerá ao Eterno e a seu ungido (Ap 11:15).

                  O QUE FALTA PARA A REVELAÇÃO DO MASHIACH BEM DAVI

            Na canção que sempre entoamos, no fim do Shabat e em nossas cerimônias de Pessach dizemos. Nos anuncie o Mashiach, filho de Davi. Nós, que cremos representar aqueles que possuem o espírito de anunciação que estava em Eliahu HaNavi, devemos fazer o papel de anunciar a chegada desse Reino.
            Ainda que Yossef governasse o Egito, era uma força que operava de acordo com as regras do mundo e do exílio. Afinal de contas, faraó lhe era superior.
            Hoje vivemos épocas favoráveis a essa preparação para a vinda do Mashiach onde somos ajudados pelo meios de comunicação a levar a nossa mensagem a todo lugar para prepararmos o caminho de sua vinda.
            Desta vez acima das maneiras naturais do mundo Ele, Mashiach virá e continuaremos uma nova fase que agora será de preparar a Terra para descida da Nova Jerusalém e a habitação para D-us.
            O “Zohar” diz: “Este é o pastor fiel, de ti é dito “beijo o filho”; tu és o Príncipe dos Israelitas, O Senho da terra... o filho do Altíssimo, o filho do D-us Santo... e gracioso Shekinah. Ou seja, O Mashiach representará a própria presença de D-us entre nós.” E como conclusão, lemos:
            “Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro os regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro” Ap. 2:26-27.


A PESSOA DO MASHIACH

O povo de Israel nunca buscou um messias que fizesse sinais e maravilhas e sim um que expressasse em seu caráter e personalidade o modelo de um verdadeiro rei e mestre judeu, segundo o coração do Eterno. Os sinais, para um profeta servem apenas para atrair a atenção de seus seguidores, mas o que realmente determina a sua qualificação é o seu caráter e seu ensinamento. Analisaremos os pontos principais da personalidade do Mashiach prometido e tentaremos explorar a opinião dos sábios judeus e na literatura oficial. Analisaremos ainda, quais destas qualidades podemos encontrar nos relatos sobre Yeshua e seu comportamento. Será que os ensinamentos do mestre Yeshua se enquadram na esperança messiânica judaica Será que ele estava apto para representar a esperança da redenção judaica.


UM PROFETA SEMELHANTE A MIM

            Mosheh Rabenu nos prometeu que D-us enviar-nos-ia um profeta semelhante a ele. Isto significa em primeira instância, que ele seria judeu, segundo, sua personalidade seria compatível com a personalidade de Mosheh. Mosheh era manso(Nm. 12:3; Mt 11:29). Um líder com capacidade de governar e disposto a das sua vida pelo povo (Ex 32:32;Jô 10:15). Coragem para falar diante dos reis (Ex 10:28-29; Jo 19:10-11) e muitas outras coisas, mas sobre tudo ele deveria ensinar a Torah, e nunca, em momento algum, contradizê-la. (Dt 13:1-5; 18:15-19; Mt 5:17-20).
            Foi o próprio povo que pediu um profeta que lhes falasse em nome de D-us. “O Senhor, teu D-us, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás, segundo tudo o que pediste ao Senhor, teu D-us, em Horebe, quando reunido ao povo: Não ouvireis mais a voz do Senhor, meu D-us, nem mais verei este grande fogo, para que não morra”. Dt 18:15-16.

QUE OUTRAS CARACTERÍSTICAS O MASHIACH TERIA EM RELAÇÃO A MOSHEH¿

            Em seu comentário o rabi Mosheh Hadershm (Bereshit Rabá) nos diz: “Rambam afirma que Mashiach será mais espiritual que qualquer outro profeta, com exceção de Moshê. Entretanto, de acordo com o Midrash Tanchumá. Mashiach vai ultrapassar inclusive Moshê. Outros adotam uma posição transigente: argumentam que Mashiach vai exceder Moshê em liderança – porque o redentor vai ocupar o trono de D-us – mas não em profecia. Por outro lado, o Zohar declara que Moshê é Mashiach. Todos concordam que Mashiach será mais sábio qye Shlomó. Além do mais, Mashiach vai ter a capacidade de matar só com palavras. Como observa Rambam em “Igueret Teiman”. “...com o alento dos seus lábios ele vai matar os maus”(Ieshaiáhu 11:4). Rambam também escreve: Este rei (Mashiach) será grande, e sua lembrança vai ser guardada pelas nações mais do que a de Shlomó HaMelech. Todas as nações farão a paz com ele, e todos os países vão servi-lo... e qualquer um que se levante contra ele, D-us vai destruí-lo... e entregá-lo... nas suas mãos.” (Perek Chelek) Kolel. Portanto, não há nada de estranho, à luz dos textos rabínicos, achar que Mashich pudesse ser superior ao próprio Mosheh. Há quem diga inclusive, de forma alegórica, é claro, que o próprio Moshe tenha sido “um Mashiach”, uma vez que a palavra Mashiach, nun sentido geral pode ser atribuído a qualquer ungido de D-us. Contudo o que nos serve de mais importante é que Mashiach teria de ter uma série de qualificativos que o comparassem com Mosheh Rabenu. “O Santo deu ao Messias a oportunidade de salvar almas, mas para ser severamente castigado: e imediatamente o Messias aceitou os castigos do amor, como está escrito. Ele foi oprimido e aflito. E quando Israel está em pecado, o Messias pede misericórdia por eles, como está escrito, por suas pisaduras fomos sarados... e Ele carregou os pecados de muitos e fez intercessão pelos transgressores.” (Is 53:5,12). Outra importante comparação entre Mashiach e Mosheh é que ambos representavam o próprio D-us entre o povo. (Ex 4:15-16; Mt 10:40; Mc 9:37).


QUE OUTRAS CARACTERÍSTICAS O MASHIACH DEVERIA APRESENTAR

            Segundo o texto de Isaias 11:1-5, encontramos: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do Senhor o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos, mas julgará com justiça os pobres e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra, ferirá a terra com a vara de sua boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso. A justiça será o sinto dos seus lombos, e a fidelidade, o cinto dos seus rins”. Este texto cita o Mashiach como “renovo” – Zemah, em hebraico, vocabulário que aparece também em outras passagens (Is 4:2; 14:19; 53:2; Jr 23:5; 33:15; Ez 17:22; Zc 3:8; 6:12).
            Para Rav Bashman, citando no Midrash Tanhumah, lemos: “a palavra homem (Isaías 53:3) nas passagens refere-se ao Messias, o filho de Davi, como está escrito: Eis o homem cujo nome é Zemah; onde Yonatam interpreta: Eis o homem Messias: como é dito um homem de dores e enfermo”. Portanto, em todas estas passagens onde a palavra renovo aparece devemos interpretá-las como referindo-se ao Mashiach. Sobre o texto de Isaías 11, Arieh Kaplan nos disse: “O profeta Isaías descreveu seis qualidade com as quais o Messias será santificado: “o espírito de D-us descansará nele (Lc. 4:18-19), (1) o espírito de sabedoria e (Jô. 7:15), (2) compreensão, (3) o espírito do aconselhamento e (4) grandeza. (5) o espírito do conhecimento e o temor a D-us”. (Is. 11:2). Em todas estas qualidades, o Messias superará qualquer outro ser humano. O Messias não se deixará iludir pela falcidade e hipocrisia deste mundo (Jô.17:14). Terá o poder para entender o espírito da pessoa (Lc. 6:8; Jô. 2:24), conhecendo assim seu registro  espiritual completo podendo então julgar se é culpado ou não (Mt 9:6; Mc. 2:5-10). Com relação a este poder, está escrito, “Deleitará-se pelo temor a D-us; não julgará pelo que seus olhos vêem, ou repreenderá pelo que seus ouvidos ouvem” (Is. 11:3).
            No livro “Meus Irmãos famosos” citando Yeshua, o autor Hugo Schlesinger declara a respeito do Mestre: “Todo o sistema ético de Yeshua, e por vezes as suas próprias expressões que ele usava, foram retiradas dos ensinamentos farisaicos dos judeus. (...) A pessoa genuinamente arrependida é considerada no Talmud, como tendo atingido o pináculo da perfeição espiritual. O amor pelo seu semelhante, estava em harmonia com a ética rabínica, e quanto às pregações de paz, o amor, justiça e a fraternidade – ele certamente deve ter sido muito versado na exaltada declaração poética do profeta Isaías sobre esses temas, e bastante familiarizado com um dos mais célebres ensinamentos rabínicos do escriba fariseu Hilel, o qual aparece no Pirkêt Avot 1:12 da Mishná. A essência da Oração ao Eterno foi extraída de obras religiosas judaicas. Pirkêt Avot 5:23... fazer a vontade de teu Pai que está no céu.”